2030 In Sight Live: o futuro da saúde ocular em debate — e o Brasil presente
- Agência Marandu
- há 6 dias
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Atualizado: há 4 dias
Em Katmandu, o maior evento global sobre saúde ocular reuniu lideranças de dezenas de países para alinhar estratégias rumo ao fim da perda evitável da visão. O Instituto Suel Abujamra e a Renovatio estiveram presentes com contribuições construídas a partir de escuta, prática e presença em campo.

De 29 de abril a 1º de maio de 2025, Katmandu, no Nepal, se tornou o epicentro de uma conversa urgente: como o mundo vai enfrentar a perda evitável da visão até 2030?
Promovido pela IAPB (Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira), o evento 2030 In Sight Live reuniu representantes de governos, instituições sociais e especialistas para alinhar metas e acelerar soluções.Mais do que um congresso técnico, o encontro foi um espaço político e humano — onde a saúde visual foi tratada como questão de justiça social, inclusão e desenvolvimento.
O Instituto Suel Abujamra esteve presente como parte ativa dessa articulação. A participação de Caio Abujamra e Ralf Toenjes levou ao debate internacional experiências brasileiras que não só respondem aos desafios do setor, mas também oferecem modelos de atuação integrados, replicáveis e ancorados na realidade.
Iniciativas como o Aldeia em Foco, articuladas institucionalmente pelo Instituto, representam exatamente os valores defendidos nesse encontro: equidade, ação coletiva e protagonismo local.
O evento: uma agenda global de urgência
O 2030 In Sight Live faz parte da estratégia global da IAPB para erradicar a perda de visão evitável. A cada edição, o encontro se firma como um espaço de definição política e cooperação técnica, com foco nos três pilares da campanha 2030 In Sight: elevar (prioridade política), integrar (sistemas de saúde) e ativar (comunidades e mercado).

No Nepal, os debates giraram em torno de financiamento, desigualdade, integração entre países e valorização do trabalho local como chave para mudanças estruturais. Mais do que um roadmap de metas, o evento propôs uma revisão de mentalidade: enxergar saúde ocular como um vetor de dignidade e inclusão.
A contribuição brasileira: práticas que sustentam discurso

Caio Abujamra participou de um painel sobre engajamento comunitário, representando o Instituto Suel Abujamra — organização que lidera desde 2018, quando assumiu o desafio de dar continuidade ao legado do pai.
Desde então, Caio reestruturou a instituição, multiplicou por cinco sua capacidade de atendimento para prestar serviços de oftalmologia do SUS no Brasil.

Além de fortalecer a base em São Paulo, foi responsável por ampliar a atuação para territórios historicamente negligenciados, como comunidades indígenas, organizando expedições e soluções de telemedicina voltadas à realidade local. Em 2022, foi escolhido pelo BID-LAB no programa Silver Economy para desenvolver tecnologias de atenção oftalmológica remota — com a meta de atender 25 mil indígenas até 2026.
Levar esse acúmulo ao centro de um debate internacional foi mais do que relevante: foi coerente.
Ralf Toenjes, fundador da Renovatio, participou de uma das sessões “rapid fire” apresentando os avanços recentes da aliança Juntos pela Visão.

A iniciativa reúne diferentes expertises para formar uma rede de atenção visual que já impactou mais de meio milhão de pessoas no Brasil e em outros países do Sul Global. Reconhecido pela ONU como Young Leader for the SDGs e listado entre os “30 under 30” da Forbes Brasil, Ralf leva ao campo da saúde visual uma visão de política pública aliada à inovação social, com foco em escala e impacto mensurável.

Seu papel no evento foi reforçar, com dados e trajetória, que há um ecossistema brasileiro capaz de dialogar com os desafios globais — não apenas com ideias, mas com modelos concretos de ação.
O Aldeia em Foco como expressão de tudo isso
Embora não tenha sido formalmente apresentado no evento, o projeto Aldeia em Foco foi citado como exemplo da atuação institucional do Instituto Suel em contextos de maior vulnerabilidade.
Levar cuidado oftalmológico qualificado, culturalmente sensível e tecnicamente robusto a territórios indígenas remotos é exatamente o tipo de prática que o 2030 In Sight propõe como referência para a próxima década.

O Aldeia traduz em campo os conceitos defendidos no palco: visão como direito, cuidado como política, presença como estratégia.
Visão de Futuro
O 2030 In Sight Live reforçou uma direção que não pode ser ignorada: o futuro da saúde ocular global passa, obrigatoriamente, por quem atua nos territórios.
E o Brasil tem, hoje, experiências que não apenas respondem ao presente, mas também ajudam a desenhar o que vem pela frente. Entre fóruns e expedições, entre Katmandu e as aldeias, o que se constrói é um movimento. E o Aldeia em Foco é parte viva dele.
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